:

  • Equipe econômica prevê déficit de R$ 32,6 bi e realiza bloqueios para atingir meta fiscal


  • O governo federal torna oficial o congelamento de R$ 15 bilhões

Os ministérios da Fazenda e Planejamento oficializaram o bloqueio de R$ 15 bilhões no orçamento federal com a finalidade de atingir as regras do arcabouço fiscal.

Conforme o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Públicas (RARDP) referente ao terceiro bimestre, compartilhado nesta segunda-feira (22), o déficit nas contas públicas alcançou a R$ 32,6 bilhões (0,3% do PIB), afirmando a precisão de bloquear recursos de ministérios.

Entretanto, o decreto com o detalhamento das pastas que terão seus recursos limitados será publicado somente no dia 30 de julho. 

A partir dessa data, os ministérios contarão com cinco dias para indicar quais programas sofrerão os cortes.

Aproximadamente R$ 11,2 bilhões foram bloqueados para suprir a elevação de gastos com a Previdência Social. 

Outros R$ 3,8 bilhões foram congelados, por causa da baixa arrecadação federal.

Assim, o governo conseguiu amenizar o déficit das contas para o limite da banda inferior, de R$ 28,8 bilhões, sendo 0,25% do PIB.

Vale lembrar que a meta da gestão federal é zerar esse valor em 2024. 

No último relatório bimestral, divulgado em maio, a gestão previa déficit de R$ 14,5 bilhões em 2024.

O bloqueio de despesas discricionárias ocorre quando as despesas obrigatórias ultrapassam o teto estipulado pelo arcabouço fiscal: de 70% do crescimento da receita acima da inflação.

O contingenciamento ocorre quando há um descasamento entre as receitas e as despesas previstas para o ano, gerando que o débito ultrapasse as receitas e comprometa a meta fiscal do governo.

Além disso, a publicação ainda enfatiza o aumento de R$ 20,7 bilhões em despesas primárias e R$ 29 bilhões em despesas obrigatórias.

O relatório detalha que o aumento das despesas com a Previdência foi de R$ 6,4 bilhões, devido a entrada de novos beneficiários.

Já os R$ 4,9 bilhões em outros benefícios previdenciários "em decorrência de mudanças de fluxos internos e comportamentos inesperados de entrada de pedidos"

A previsão de receitas está defasada porque ainda não foram estipuladas as compensações para a desoneração da folha de pagamentos e da folha previdenciária de municípios. 

O governo e o Legislativo devem chegar a um consenso nos próximos meses, dessa maneira, parte do contingenciamento pode ser revertida.